SER EQUIPISTA
Sou SCE das Equipes de Nossa Senhora, desde o ano de 2001, portanto, há bem menos tempo que muitos dos que lêem esta mensagem.
Embora há tão pouco tempo nas Equipes, sinto-me equipista, sou um SCE
equipista e, tomo a liberdade de observar alguns pontos para reflexão.
1) Ser Equipista não é mérito, mas antes um compromisso. Compromisso
que livremente o casal (não apenas um dos cônjuges), assume diante de
Deus e de uma pequena comunidade de até sete casais.
Certamente
imprevistos acontecem, mas quando é uma constante que um cônjuge vá só à
reunião mensal, é preciso repensar o caminho do casal na equipe.
Relembro que o compromisso foi assumido livremente. Vocês foram
convidados, homem e mulher, o casal, a participarem do movimento das
ENS, e quando se aceita um convite feito na liberdade, espera-se também
que a resposta seja livre.
2) A Espiritualidade. Aqui está um
ponto essencial no Movimento e, talvez, alguns casais ainda não
despertaram para a sua importância. É fundamental para um casal
equipista que ele se alimente na espiritualidade conjugal. O casal se
fortalecerá espiritualmente nas reuniões mensais, nos momentos de vida
do Movimento, nas missas, nos retiros anuais.
É a
espiritualidade conjugal um diferencial para o equipista, pois é ela que
favorece a mútua compreensão do casal sobre os desígnios do Deus Amor
Misericordioso para o seu matrimônio cristão. Sem a espiritualidade
conjugal, faltará o fermento que favorece o crescimento em santidade do
casal, na vida a dois e no lar.
3) Os Pontos Concretos de
Esforço.Todos os anos, em todas as suas reuniões, talvez, casais
lamentam não ter cumprido a contento os PCE. No entanto, faz-se
necessário um questionamento: Por que todos os anos lamentamos as mesmas
coisas e não mudamos nosso agir? Talvez estejamos frisando apenas os
pontos concretos e esquecendo o esforço!
Para a realização dos
PCE, exige-se um esforço, uma vontade viva, um desejo de melhorar, um
impulso que nos leve a sair do comodismo e praticar o compromisso
assumido, não pelo compromisso, mas porque é meio de santificar-nos,
motivo pelo qual nos tornamos equipistas.
Me pergunto: como um
casal equipista pode pertencer ao Movimento se ele não faz a Oração
Conjugal? Não disponibiliza tempo para o Dever de Sentar-se? Não procura
colocar para a vivência cotidiana uma autêntica Regra de Vida? Não
procura se esforçar para participar do Retiro Anual? Descuida da Escuta
da Palavra e, mais ainda, da Meditação? Será este um casal equipista?
Sabemos que os PCE não são a meta. A meta é viver melhor o batismo numa
espiritualidade que brota do sacramento do Matrimônio. Mas os PCE são
meios que favorecem ao casal uma constante reflexão e atuação na vida
conjugal dos compromissos batismais. Não deveriam ser tratados como um
peso, mas como um impulso a constantemente nos lançarmos para frente,
para favorecer a caminhada a dois. Por isso, os PCE não são opcionais,
mas fazem parte da vida de quem quer ser equipista de Nossa Senhora.
Casais que não participam da vida de equipe, não fazem o Retiro Anual,
não se esforçam para cumprir os demais PCE, serão ainda equipistas, ou
apenas estão no Movimento, distantes, porém, da sua mística e carisma?
4) Voltar ao primeiro amor.
Quando o casal foi convidado a participar do Movimento, foi pilotado e
passou a integrar as Equipes, certamente terá experimentado o primeiro
amor ao Movimento. Foi como aquele primeiro amor de juventude, a
descoberta de algo novo e bom.
Passaram-se os anos. Vieram as
alegrias, as dificuldades, os sofrimentos, as angústias, as esperanças,
as luzes e as trevas, o amadurecimento. Tudo isto vivido em equipe.
Também vieram os muitos outros compromissos, os filhos, as obrigações
com trabalho, Igreja e, assim, o cansaço, o comodismo e, por vezes, o
esquecimento do primeiro amor.
É necessário, a cada Reunião de
Equipe, uma volta ao primeiro amor. Retomar o que foi vivenciado
naqueles primeiros anos de Movimento. Faz-se necessária uma volta ao
princípio e, ainda hoje, perguntar-se: Por que entrei no movimento das
Equipes de Nossa Senhora? E uma pergunta ainda mais profunda: desejo
continuar equipista?
É importante que os casais possam
responder com sinceridade de coração a estas perguntas. Possam fazer uma
reflexão séria sobre a sua pertença ao Movimento. Que a resposta não
seja de comodismo ou desânimo, mas um redescobrir o primeiro amor e
voltar a assumir seus compromissos com a equipe e com toda a família
equipista.
As Equipes de Nossa Senhora estão espalhadas por
todo o mundo, mas precisamos continuar a levar a espiritualidade
conjugal a tantos outros casais (não é necessário fazê-los equipistas
para isso), para que eles possam descobrir a importância do matrimônio,
onde os cônjuges se valorizem e se santifiquem mutuamente e possam ser
testemunhas vivas de um verdadeiro amor a dois, e os dois vivam o amor
com seus filhos e sejam evangelizadores, neste mundo que ainda não
conhece Jesus Cristo.
Que o Deus, rico em misericórdia, abençoe a todos!
Pe. Sérgio Rodrigues
SCE Setor B
Juiz de Fora/MG
Carta Mensal de Maio 2007
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