O peso
de nossos julgamentos.
No
campo do pecado, ninguém é vencedor.
É mais
fácil apontar os erros alheios do que conhecer as próprias fragilidades. Nas
pedras da condenação está o peso de nossos próprios pecados. Na sociedade que
exige a perfeição do outro, os próprios pecados são mascarados pelas trevas de
uma vida autenticamente perfeita.
Conhecer
as próprias fragilidades exige humildade. Contudo, a prepotência da acusação,
muitas vezes, fala mais forte diante dos erros alheios. Fácil é apontar o dedo
para os erros do outro, difícil é corrigir em nós as nossas próprias
fragilidades. Fácil é condenar, difícil é ser réu diante dos próprios pecados.
Entre o
que Jesus ensinou e o que vivemos ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Muitos são os fariseus que se tornam juízes dos seus semelhantes. Se a regra do
jogo é julgar, porque não começarmos por nós mesmos e nossas fragilidades? No
campo do pecado ninguém é vencedor. Gregos e troianos, cristãos e ateus, tem um
mesmo ponto em comum: as fragilidades e pecados de quem é marcado pelas
imperfeições.
Ninguém
nunca expõe seus pecados anônimos em público, porque tornar conhecido os
próprios erros é assinar uma carta da própria fragilidade humana. E ser frágil,
em uma sociedade que exige pessoas perfeitas, pode ser prejudicial para uma
aparência construída sob a máscara da perfeição.
Somente
quem conhece suas próprias limitações poderá olhar com misericórdia para quem
também ainda não é perfeito.
Padre
Flávio Sobreiro
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