O
Conselho Permanente da CNBB, no dia 21 de junho de 2013 se posicionou
acerca das manifestações do povo brasileiro começando por demonstrar a
sua “solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas”. Eles
destacaram que há um despertar de “uma nova consciência”, que “requer
atenção e discernimento” dos governantes.
Destacaram nossos Pastores que a luta é
“contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão
pública”. Concordam que as pessoas “fazem, assim, renascer a esperança
quando gritam: `O Gigante acordou!`”
Os nossos bispos disseram que “As
manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo
em “berço esplêndido”.” Eu que o “Que o clamor do povo seja ouvido!”
E não se esqueceram de invocar a
proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus. Diante desse
apoio inequívoco de nossos Pastores, o povo católico deve agir. O que
pede o povo? Está muito claro: menos arenas de futebol (“elefantes
brancos”) e mais hospitais e boas escolas com bons professores; menos
inchaço do Estado mastodôntico, menos gastos públicos, menos inflação,
menos corrupção para alimentar os partidos que dão apoio ao governo, fim
dos conchavos políticos, menos gastança do governo, menos privilégios
aos políticos, menos ministros e ministérios (39!), menos pão e circo,
aprovação do voto distrital, menos impunidade (mensalão!), melhores
estradas, portos e aeroportos, menos impostos escorchantes, mais
saneamento básico, melhores transportes, etc.
O
povo sabe muito bem o que quer e está exigindo seus direitos nas ruas,
mas não sabe como realizar isso. Esta é a questão que agora está em
discussão. Os líderes precisam agora orientar o povo de como agir, sem
violência, dentro da lei e da ordem, se manifestando nas ruas e pela
internet junto aos políticos e governantes para obrigá-los a realizar
todas essas mudanças que o povo exige e tem direito. Sobretudo é preciso
preparar o povo para votar bem em 2014, eliminando pelo voto, todos os
que são corruptos e desonestos.
Tudo isso se realizará se o povo
fiscalizar os governantes e políticos para que exerçam com dignidade
seus cargos e governem com justiça. Não adianta querer eliminá-los, pois
sem o Legislativo não há democracia, surge a ditadura.
“Que se ouça o clamor que vem das ruas”.
É preciso, acima de tudo, que se faça
uma verdadeira reforma política onde se acabe com esse processo obsceno
que é o voto proporcional, no qual você vota em um candidato e elege
outro que não mereceu seu voto. Foi, por exemplo, o caso do humorista
Tiririca, que, com seus votos elegeu outros que não tiveram votos. É
preciso urgentemente mudar esse sistema político do Brasil, no qual só
se entra pela corrupção. Para isso é preciso implantar o voto distrital,
cujo político é eleito em sua região, sem precisar percorrer todo o
Estado e gastar muito dinheiro , o que fomenta a corrupção.
Quem está hoje no Parlamento? A maioria
deles são representantes de grandes empresas, empreiteiras, lobbies
pesados, representantes de sindicatos, etc., não estão a serviço do povo
e do bem comum, mas de interesses privados. Por quê? Porque a campanha
política, no atual regime de voto proporcional, é caríssima, então, o
político tem que se corromper para entrar no sistema. Então, a
eliminação dessa distorção é a primeira cobrança que o povo deve fazer.
Os politiqueiros não querem o voto distrital, é claro, pois sabem que perderiam a oportunidade
de continuar no poder usufruindo de suas benesses e corrupções. Cabe ao
povo, nas ruas e pela internet, ordeiramente, exigir, cobrar e
fiscalizar essas mudanças, perseverantemente. Toda vez que há uma crise o
governo promete fazer a “reforma política”, mas, passada a crise, não
se fala mais no assunto.
Essa é a primeira e urgente medida
estrutural para mudar o país. Depois dela, então, poderá vir a reforma
tributária, educacional, trabalhista, jurídica, social, econômica, etc.
Prof. Felipe Aquino
Nenhum comentário:
Postar um comentário