DEVER DE SENTAR-SE ( DINÂMICA DA EQUIPE 12 - AGOSTO DE 2013)
Vamos refletir um pouco sobre o que é e como se pode fazer o Dever de
Sentar-se, que poderia chamar-se Prazer de Sentar-se , de acordo com o
espírito, a mística e o carisma do Movimento.
Já em 1945, assim
se expressava Pe. Caffarel: “Cristo, no cap. 14 de São Lucas, convida
seus ouvintes à prática do Dever de Sentar-se. Um dever ignorado, neste
século das pressas vertiginosas, que se torna oportuno preconizar. Antes
de empreender a construção do seu lar, vocês confrontaram seus pontos
de vista, pesaram recursos materiais e espirituais, elaboraram um plano.
Mas, depois que lhe deram início, não teriam vocês esquecido de sentar
para examinar a tarefa realizada, reencontrar o ideal previsto,
consultando o Mestre da obra, Nosso Senhor Jesus Cristo?
Pe.
Caffarel finaliza dizendo que, para evitar a rotina do lar, existe um
meio poderoso: o Dever de Sentar-se. Recomenda ao casal reservar em sua
agenda, com antecedência, um encontro exclusivo do casal. E que
considerem como sagradas essas horas, pois estará presente o Senhor
Jesus Cristo.
Que é, então, o Dever de Sentar-se?
É um momento especial que o casal desfruta para:
Celebrar o amor, renovando a graça do Sacramento do Matrimônio, o
entusiasmo do amor inicial, soprando as cinzas acumuladas, reavivando as
brasas do amor, consolidando a união;
Escutar a voz do Senhor, pela oração, leitura e meditação da Palavra de Deus, pela escuta e acolhida ao cônjuge;
Refletir sobre a caminhada do casal, dos filhos, da família;
Examinar, junto com o “Mestre da obra”, as reformas de que a
construção de nosso casamento necessita, para ela permanecer firme sobre
a rocha, mesmo durante as tempestades;
Louvar e agradecer pela
caminhada já realizada, pelo progresso feito, pelas dificuldades
vencidas, pelos dons que temos e colocamos juntos à disposição do
Senhor;
Traçar metas e objetivos para o futuro, para as próximas etapas da caminhada a dois, metas e objetivos que serão revisados;
Desfrutar o momento de comunhão, quando houver tempo, em silêncio,
lembrados das palavras de Maeterlinck: “Ainda não nos conhecemos o
suficiente, pois não tivemos ainda a coragem de nos calar juntos”.
Para refletir sobre a nossa caminhada com proveito, precisamos:
Conhecer-nos mutuamente, o que nunca terminaremos de fazer nesta
vida. A pessoa humana sempre será um mistério e um mistério em
transformação.
Saber escutar o outro, ouvindo-o com atenção, com
amor, procurando compreender suas necessidades, angústias, alegrias,
anseios. É bom cada um se perguntar: até que ponto estou sendo apoio
para meu cônjuge, companheiro(a) de caminhada? Em que posso ser melhor?
Respeitar o outro, procurando entender o seu jeito de ser e de ver
as coisas. Em primeiro lugar vamos valorizar as qualidades do cônjuge,
sua doação, sua dedicação. Sempre haverá alguma coisa a corrigir, e o
faremos com simplicidade, com amor, aceitando, primeiro, “tirar a trave
que temos no nosso olho”.
Lembrar sempre da presença de Jesus em
nosso meio e de suas palavras: “Amai-vos como Eu vos amei” e “Tudo o
que quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles.”
O Dever de Sentar-se não será nunca:
Um duelo entre dois oponentes, do qual só um, ou nenhum, sairá vencedor…
Um escritório de cobrança, onde se é chamado a prestar contas…
Uma oportunidade para que o mais esperto, inteligente, espiritualizado... saia sempre ganhando, anulando o outro…
Um tribunal, onde há juiz e acusado. Mesmo Jesus, que está entre nós, não está como juiz.
Como podemos fazer o Dever de Sentar-se?
Não há regras nem roteiros. Cada casal pode fazer do seu jeito. Estas são apenas sugestões:
Podemos começar com uma oração espontânea, pedindo ao Pai o dom do
Espírito Santo, e a Jesus que esteja presente, como prometeu, e nos
ilumine. Pediremos ao Espírito Santo que abra nossos ouvidos, nosso
coração, nossa mente e nos faça crescer em caridade conjugal.
Podemos fazer, em seguida, a escuta da Palavra, que iluminará nossa vida
e nosso Dever de Sentar-se, e uma breve meditação: Como estamos vivendo
esta Palavra?
Passamos, depois, a refletir sobre nossa caminhada de cristãos, casal, família, equipe, Igreja.
Revisamos as metas e objetivos do Dever de Sentar-se anterior e os
renovamos e reforçamos, ou estabelecemos novos. É interessante
escrevê-los, para rever no próximo encontro.
Podemos renovar nossas promessas mútuas de amor, fidelidade, doação. Jesus é testemunha e abençoa, com certeza.
Encerramos com nosso louvor e agradecimento, que pode ser o Magnificat.
Deste modo, o Dever de Sentar-se poderá ser realmente um momento de
graça, meio de crescimento do casal e de santificação a dois. Poderá ser
prazer de sentar-se. Como é pelos frutos que se conhece a árvore, é
pelos resultados que sentiremos quanto este PCE é importante, um dom do
Espírito Santo ao Movimento.
Lurdes e Clemir
Eq. N. S. da Saúde – Setor C – Porto Alegre/RS
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