A PALAVRA DO PAPA FRANCISCO - A SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO (DINÂMICA DA EQUIPE 12 - AGOSTO DE 2013)
A SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO
A Liturgia de hoje celebra a Solenidade da Assunção de
Nossa Senhora ao Céu. Nesta ocasião, Papa Francisco deixou, nesta manhã, a Casa
Santa Marta, no Vaticano, para ir a Castel Gandolfo, perto de Roma, para celebrar
a Santa Missa e a oração do Ângelus, na Praça da Liberdade, diante da
residência de Verão dos Papas.
O Pontífice deixou o Vaticano, às 9:00 hs, e
se dirigiu, de automóvel, a Castel Gandolfo, onde chegou após 30 minutos de
viagem.
Precisamente há um mês, o Papa Francisco fez
sua primeira visita oficial a Castel Gandolfo, onde se encontra a Residência
Pontifícia de Verão dos Papas. Na ocasião, ele visitou o Mosteiro das Filhas de
Santa Clara de Assis.
Hoje, o Bispo de Roma voltou a visitar o Instituto
das Clarissas, para expressou, mais uma vez, seus profundos agradecimentos pela
sua vida contemplativa, composta de oração e de penitência. Às religiosas o
Papa confiou a vida da Igreja e da caridade fraterna. E, como sempre fez, em
todas as ocasiões, desde o início do seu Pontificado, pediu-lhes para rezar por
sua pessoa e por seu ministério petrino.
O trabalho e a missão das Filhas de Santa
Clara de Assis “são um verdadeiro dom de Deus, que elevam o espírito; são uma
mediação do aperto de mão de Deus com os homens, como continuação da criação”.
Após a visita às Filhas de Santa Clara de
Assis, o Santo Padre dirigiu-se à Praça diante da Residência Pontifícia, para a
celebração da Santa Missa, em honra da Assunção de Maria ao Céu.
Os numerosos fiéis, que superlotavam a praça
central da cidadezinha, aplaudiram com entusiasmo o Bispo de Roma e gritavam o
conhecido slogan “Viva o Papa”.
Durante a Santa Missa, o Pontífice pronunciou
sua homilia, recordando, inicialmente, uma das belas expressões do Concílio
Vaticano II sobre Maria Santíssima: “A Virgem Imaculada, preservada e imune de
toda mancha da culpa original, após o curso da sua vida terrena, foi elevada em
corpo e alma à glória celeste. Assim, o Senhor a exaltou como Rainha do
Universo”.
O Papa recordou ainda outra expressão do
Concílio Vaticano II a figura de Nossa Senhora: “A Mãe de Jesus, no céu, é
glorificada em corpo e alma; ela é a imagem das primícias da Igreja, que terá
seu cumprimento futuro; da mesma forma, na terra, ela brilha como sinal de
segura esperança e de consolação para o Povo de Deus a caminho, enquanto vier o
dia do Senhor”.
À luz deste lindo ícone de Nossa Senhora,
disse o Papa, podemos considerar a mensagem contida nas Leituras bíblicas da
Liturgia de hoje, concentrando-nos em três palavras-chaves: “luta,
ressurreição, esperança”. E, tomando o trecho do Apocalipse, que apresenta a
visão da “luta” entre uma mulher e o dragão, o Papa explicou:
“A figura da mulher, que representa a Igreja,
é, por um lado, gloriosa e triunfante; e, de outro, representa inquietação. De
fato, a Igreja é assim: no Céu, ela é associada à glória do seu Senhor; na
história, ela passa, continuamente, por provações e desafios, que comportam o
conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de sempre”.
Nesta luta, que os discípulos deviam
enfrentar, Maria não os deixa sozinhos; a Mãe de Cristo e da Igreja está sempre
conosco. Também Maria, em certo sentido, compartilha desta dúplice condição.
Mas, depois, Ela entra para sempre na glória celeste. E o Papa esclareceu:
“Isto não significa que ela está distante de
nós, que esteja separada de nós. Não. Maria nos acompanha, luta conosco; ela
ampara os cristãos no combate contra as forças do mal. A oração, com Maria, em
particular o rosário, também tem esta dimensão “agonística”, ou seja, de luta:
uma oração que sustenta na batalha contra o maligno e os seus cúmplices”.
Depois, o Santo Padre passou a interpretar a
segunda palavra-chave da liturgia de hoje: a “ressurreição”. O Apóstolo Paulo,
ao escrever aos Coríntios, insiste: “Ser cristão significa crer que Cristo
ressuscitou verdadeiramente dos mortos”. Toda a nossa fé baseia-se nesta
verdade fundamental, que não é uma ideia, mas um evento. Neste sentido, o Papa
disse que o mistério da Assunção de Maria, em corpo e alma, está todo inscrito
na Ressurreição de Cristo:
“A humanidade da Mãe foi atraída pelo Filho,
na sua passagem pela morte. Jesus entrou, uma vez por todas, na vida eterna,
com toda a humanidade que havia recebido de Maria. Assim ela, como Mãe, O
acompanhou fielmente por toda a vida, com o seu coração e, com Ele, entrou para
a vida eterna, que também chamamos de Céu, Paraíso, Casa do Pai”.
A seguir, o Pontífice recordou que Maria
também passou pelo martírio da Cruz: ela viveu, na alma, a Paixão do seu Filho,
até o fim. Ela esteve plenamente unida a Ele na morte. Por isso, foi-lhe dado o
dom da ressurreição. Cristo tem a primazia entre os ressuscitados e Maria entre
os redimidos, a primeira entre “aqueles que são de Cristo”. Por fim, o Papa
interpretou a terceira palavra-chave da Liturgia de hoje: a “esperança”:
“Esperança é a virtude de quem, ao passar
pelo conflito, pela luta diária, entre a vida e a morte, entre o bem e o mal,
acredita na Ressurreição de Cristo, na vitória do Amor. O Magnificat é o canto
da esperança, o canto do Povo de Deus, que caminha na história. Este é o canto
de tantos santos e santas, alguns famosos e outros, muitíssimos outros,
ignorados, mas bem conhecidos por Deus”.
Entre todos esses santos ignorados, Papa
Francisco recordou, as mães, os pais, os catequistas, os missionários, os
padres, as freiras, os jovens e até as crianças, que lutaram na vida, levando
no coração a esperança dos pequeninos e dos humildes. Hoje, a Igreja canta o
Magnificat em todos os cantos da terra.
Este canto, frisou o Santo Padre, torna-se
mais intenso onde o Corpo de Cristo, ainda hoje, padece a Paixão. Mas, Maria
também está ali, ao lado das comunidades e, com elas, entoa o seu “canto da
esperança”.
O Bispo de Roma concluiu a sua homilia,
exortando os fiéis presentes em Castel Gandolfo a “se unirem, com todo o
coração, a este canto de paciência e vitória, de luta e alegria, que une a
Igreja triunfante à peregrina, a terra ao Céu, a história à eternidade”.
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