Antes
de começarmos a fazer o Dever de senta-se vamos ler e entender um pouco mais.
Vamos
refletir um pouco sobre o que é e como se pode fazer o Dever de Sentar-se, que
poderia chamar-se Prazer de Sentar-se , de acordo com o espírito, a mística e o
carisma do Movimento.
Já
em 1945, assim se expressava Pe. Caffarel: “Cristo, no cap. 14 de São Lucas,
convida seus ouvintes à prática do Dever de Sentar-se. Um dever ignorado, neste
século das pressas vertiginosas, que se torna oportuno preconizar. Antes de
empreender a construção do seu lar, vocês confrontaram seus pontos de vista,
pesaram recursos materiais e espirituais, elaboraram um plano. Mas, depois que
lhe deram início, não teriam vocês esquecido de sentar para examinar a tarefa
realizada, reencontrar o ideal previsto, consultando o Mestre da obra, Nosso
Senhor Jesus Cristo?
Conheço
bem as objeções e dificuldades, mas sei também que a casa um dia acaba por
desabar, quando não se cuida bem de sua conservação. Nos lares onde não se
reserva tempo para refletir, a desordem material e moral se introduz e se
instala freqüentemente. A rotina apodera-se da oração em comum, das refeições e
de todos os ritos familiares. A educação reduz-se a reflexos dos pais, mais ou
menos nervosos. A união se enfraquece. Essas deficiências e muitas outras se
observam não somente em casais em formação, mas também naqueles que se
consideram entendidos, e, na verdade, o são teoricamente”.
Pe.
Caffarel finaliza dizendo que, para evitar a rotina do lar, existe um meio
poderoso: o Dever de Sentar-se.
Recomenda
ao casal reservar em sua agenda, com antecedência, um encontro exclusivo do
casal. E que considerem como sagradas essas horas, pois estará presente o
Senhor Jesus Cristo.
Que
é, então, o Dever de Sentar-se?
É
um momento especial que o casal desfruta para:
Celebrar
o amor, renovando a graça do Sacramento do Matrimônio, o entusiasmo do amor
inicial, soprando as cinzas acumuladas, reavivando as brasas do amor,
consolidando a união;
Escutar
a voz do Senhor, pela oração, leitura e meditação da Palavra de Deus, pela
escuta e acolhida ao cônjuge;
Refletir
sobre a caminhada do casal, dos filhos, da família;
Examinar,
junto com o “Mestre da obra”, as reformas de que a construção de nosso
casamento necessita, para ela permanecer firme sobre a rocha, mesmo durante as
tempestades;
Louvar
e agradecer pela caminhada já realizada, pelo progresso feito, pelas
dificuldades vencidas, pelos dons que temos e colocamos juntos à disposição do
Senhor;
Traçar
metas e objetivos para o futuro, para as próximas etapas da caminhada a dois,
metas e objetivos que serão revisados;
Desfrutar
o momento de comunhão, quando houver tempo, em silêncio, lembrados das palavras
de Maeterlinck:
Ainda
não nos conhecemos o suficiente, pois não tivemos ainda a coragem de nos calar
juntos”.
Para
refletir sobre a nossa caminhada com proveito, precisamos:
Conhecer-nos
mutuamente, o que nunca terminaremos de fazer nesta vida. A pessoa humana
sempre será um mistério e um mistério em transformação.
Saber
escutar o outro, ouvindo-o com atenção, com amor, procurando compreender suas
necessidades, angústias, alegrias, anseios. É bom cada um se perguntar: até
que ponto estou sendo apoio para meu cônjuge, companheiro(a) de caminhada? Em
que posso ser melhor?
Respeitar
o outro, procurando entender o seu jeito de ser e de ver as coisas. Em primeiro
lugar vamos valorizar as qualidades do cônjuge, sua doação, sua dedicação.
Sempre haverá alguma coisa a corrigir, e o faremos com simplicidade, com amor,
aceitando, primeiro, “tirar a trave que temos no nosso olho”.
Lembrar
sempre da presença de Jesus em nosso meio e de suas palavras: “Amai-vos como Eu
vos amei” e “Tudo o que quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles.”
O
Dever de Sentar-se não será nunca:
Um
duelo entre dois oponentes, do qual só um, ou nenhum, sairá vencedor…
Um
escritório de cobrança, onde se é chamado a prestar contas…
Uma
oportunidade para que o mais esperto, inteligente, espiritualizado... saia
sempre ganhando, anulando o outro…
Um
tribunal, onde há juiz e acusado. Mesmo Jesus, que está entre nós, não está
como juiz.
Como podemos fazer o Dever de
Sentar-se?
Não
há regras nem roteiros. Cada casal pode fazer do seu jeito. Estas são apenas
sugestões:
Podemos
começar com uma oração espontânea, pedindo ao Pai o dom do Espírito Santo, e a
Jesus que esteja presente, como prometeu, e nos ilumine. Pediremos ao Espírito
Santo que abra nossos ouvidos, nosso coração, nossa mente e nos faça crescer em
caridade conjugal.
Podemos
fazer, em seguida, a escuta da Palavra, que iluminará nossa vida e nosso Dever
de Sentar-se, e uma breve meditação: Como estamos vivendo esta Palavra?
Passamos,
depois, a refletir sobre nossa caminhada de cristãos, casal, família, equipe,
Igreja.
Revisamos
as metas e objetivos do Dever de Sentar-se anterior e os renovamos e
reforçamos, ou estabelecemos novos. É interessante escrevê-los, para rever no
próximo encontro.
Podemos
renovar nossas promessas mútuas de amor, fidelidade, doação. Jesus é testemunha
e abençoa, com certeza.
Encerramos
com nosso louvor e agradecimento, que pode ser o Magnificat.
Deste
modo, o Dever de Sentar-se poderá ser realmente um momento de graça, meio de
crescimento do casal e de santificação a dois. Poderá ser prazer de sentar-se.
C omo é pelos frutos que se conhece a árvore, é pelos resultados que sentiremos
quanto este PCE é importante, um dom do Espírito Santo ao Movimento.
Lurdes
e Clemir
Eq.
N. S. da Saúde – Setor C – Porto Alegre/RS
A
nossa reunião foi um sucesso e vamos nos empenhar para a próxima ser melhor
ainda.
"Dê-me, Senhor, agudeza para
entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza
para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao
começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir” [São Tomás de Aquino]
Como podemos fazer o Dever de Sentar-se?
"Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir” [São Tomás de Aquino]