Nossa Senhora e o Matrimônio
"Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à
sua mulher, e eles se tornam uma só carne" (Gn 2,24).
De acordo com o
catecismo da Igreja católica,
§1603 O MATRIMÔNIO NA
ORDEM DA CRIAÇÃO "A íntima comunhão de vida e de amor conjugal que o
Criador fundou e dotou com suas leis [... O próprio [... Deus é o autor do
matrimônio. "A vocação para o Matrimônio está inscrita na própria natureza
do homem e da mulher, conforme saíram da mão do Criador. O casamento não é uma
instituição simplesmente humana, apesar das inúmeras variações que sofreu no
curso dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes
espirituais. ..."A salvação da pessoa e da sociedade humana está
estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar."
No limiar de sua vida pública, Jesus
opera seu primeiro sinal, a pedido de sua Mãe, por ocasião de uma festa de
casamento. A Igreja atribui grande importância à presença de Jesus nas núpcias
de Caná. Vê nela a confirmação de que o casamento é uma realidade boa e o
anúncio de que, daí em diante, é um sinal eficaz da presença de Cristo
(Catecismo §1613).
De acordo com João 2,1-11, “...
achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus
discípulos”. O texto narra que, no meio da festa, o vinho acabou, e Maria, em
tom de súplica, comunica-lhe o fato, dizendo: “Eles já não têm vinho”. Maria, com
sua terna caridade e seu amor maternal, comove-se diante do embaraço daqueles
noivos que nada lhe pediram, mas a quem ela se antecipou a socorrer, implorando
a Cristo um milagre. À época, acabar a bebida durante uma festa era visto como
um escândalo, desonra para os noivos e, consequentemente, o fim da festa. Aqui
já podemos perceber a preocupação de Maria com o bem-estar dos noivos. Por isso
é que devemos pedir a sua proteção e sua intercessão junto a Jesus em nossas
necessidades familiares. Na narrativa, fica claro que Maria é a primeira a ser
citada no cenário das Bodas de Caná. É Ela quem impede a humilhação que os
noivos passariam por causa da falta de vinho. Interessante que Maria não se
dirige ao chefe de cerimônias, que era o responsável pela preparação de tudo
para a festa de casamento, pois dele não há nada que esperar, já que representa
a antiga aliança.
Maria aponta o caminho para solucionar
o problema: Jesus, a nova aliança. Na pessoa de Jesus, Deus estabelece a nova
aliança de amor com o seu povo. Por isso, Maria disse: “Fazei tudo o que ele
disser” (Jo 2,5). Ressalta-se que o vinho era o elemento indispensável nas
bodas, pois era o sinal da alegria, representando o amor entre os esposos. O
vinho que seria partilhado e não poderia ficar escondido. O vinho novo que só
Jesus pode oferecer gratuitamente.
Conforme nos ensina
São Paulo na sua Epístola aos Efésios (5,32), o Matrimônio é símbolo de um
sacramento muito mais alto – o das núpcias de Cristo com a Igreja: “Este
mistério é grande, quero dizer em relação a Cristo e à Igreja”. Por essa razão
é que Jesus começou os seus sinais em uma festa de casamento, em um momento
íntimo de família. A família é a igreja doméstica, o território sagrado de
Deus, o local onde deve fluir a graça divina para trazer sustentação à Igreja e
à sociedade. Com o milagre de Caná, Jesus quis demonstrar que a transformação
da água em vinho, o primeiro de seus milagres públicos, ocorreu por causa das
súplicas de sua Mãe, a Virgem Maria. Por isso, recorramos a Maria em todas as
nossas necessidades, Ela que é a onipotência suplicante, cuja função é nos
levar a Jesus e engrandecê-Lo. Maria, a Filha predileta do Pai, a Mãe de Jesus
e a Esposa do Espírito Santo!
Rita de Sá Freire
Publicado na Academia
Marial de Aparecida.
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