A PRIMAZIA DOS EXCLUÍDOS
Os excluídos e deserdados estiveram sempre no centro das atenções de Jesus. Este aproveitava todas as oportunidades para dispor os discípulos a acolhê-los e mostrar-se solícitos para com eles, diferentemente do comportamento típico da época.
A refeição na casa do fariseu ofereceu-lhe uma ocasião favorável para isto. Em geral, convida-se para uma ceia, em família, os próprios familiares, as pessoas às quais se quer bem, ou alguém de uma certa importância. Existe quem se preocupa em convidar os ricos, com o intuito de receber também um convite, em contrapartida.
Quiçá fosse esta a mentalidade do chefe dos fariseus, pois é a ele que Jesus dirige a advertência de romper com este esquema. Como? Chamando para o banquete os pobres, estropeados, coxos e cegos. Em suma, os desprezados deste mundo, dos quais seria impossível esperar algo como recompensa. Isto sim, seria a expressão da mais absoluta pureza de coração, característica de quem o tem centrado em Deus. Seria um ato de amor misericordioso, próprio de quem não se deixa escravizar pelo egoísmo.
Tal gesto de bondade não passa despercebido aos olhos do Pai. Por ocasião da ressurreição, quem agiu assim receberá a recompensa devida. Diz o provérbio bíblico: "Quem dá aos pobres, empresta a Deus". Pois bem, quem se mostra generoso com os excluídos deste mundo, pode estar seguro de estar atraindo sobre si a misericórdia divina.
Oração
Espírito que conduz ao amor dos mais pobres, abre meu coração para acolher os deserdados deste mundo, pois eles têm a primazia no coração do Pai.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.) VIVÊNCIA:
No Evangelho de hoje Jesus vem, em primeiro lugar, mostrar-nos a importância de sermos humildes. Na parábola, o banquete é o banquete universal do Reino, aberto a todos, cujo dono é Deus e os convidados são, em especial, os mais pobres, os necessitados, os marginalizados e os considerados “últimos”.
Atualmente, vivemos em uma sociedade que as pessoas têm suma necessidade de se mostrarem, de serem reconhecidas como importantes e de ocuparem os primeiros lugares, quem sabe até pisando, sem escrúpulos, nos demais. Daí a importância de escutarmos, com frequência, esta mensagem evangélica sobre a humildade.
Na segunda parte, o tema do Evangelho é a gratuidade dos nossos gestos. Interpretando a mensagem bíblica pelo aspecto espiritual ela nos diz que o bem deve ser praticado sem visar vantagens temporais, buscando somente a vantagem eterna no dia da ressurreição dos justos. O discípulo de Jesus não deve deixar-se mover pelo egoísmo, não deve ...buscar a recompensa de seus serviços, não deve agir movido pelos fins terrenos, mas ter sempre o coração elevado para as coisas do alto, sempre movido pelo amor a Deus.
A recompensa divina é a que tem valor definitivo e só assim, atuando no meio dos homens, mas buscando a Deus, é que o discípulo de Jesus Cristo se torna Seu sacramento para o mundo, sinal de amor que Deus tem por todos os homens.
Jesus nos diz que o nosso relacionamento com as pessoas não pode ter como ponto de partida o interesse da espera de uma retribuição, mas que seja tão somente pelo amor e pela gratuidade. Devemos pensar que Deus nos ama gratuitamente e nos concede tudo o que somos e temos sem nada exigir em troca. Façamos o mesmo para com os nossos irmãos, principalmente pelos mais necessitados.
Peçamos ao Senhor a humildade da primeira parábola. Não busquemos os primeiros lugares, pois quando buscamos o primeiro lugar mostramos nossa presunção e soberba. Por outro lado, o humilde é aberto para o Senhor, reconhece que é dependente Dele e a Ele se confia. O que importa de verdade: Ser importante e reconhecido pelo homem? Ou ser humilde e reconhecido por Deus?
Tenhamos em mente que devemos ter sempre duas atitudes na vida – quando da escolha dos lugares: HUMILDADE e na escolha dos convidados: GRATUIDADE: Amor sem interesses.
ORAÇÃO:
Senhor, colocai em mim Vossos sentimentos e Vossa generosidade para que eu aprenda a compartilhar a minha vida com os pobres e, sobretudo a viver com eles a festa da Vossa amizade. Amém!
A PAZ DE CRISTO!
“O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volte o seu rosto para ti e te dê a paz!” (Nm6, 24-26)
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