Sabemos bem o quanto Pe.Caffarel empenhou-se, até o limite extremo de suas forças, para conduzir os leigos a fazer experiência da oração. Consagrou os últimos anos de sua vida, em Troussures, com as memoráveis semanas de oração. Lembremos também os Cahiers sur l’Oraison, ou as noites que animou em Paris, na Mutualité, seguidos por uma audience numerosa e fervorosa.
Não farei outra coisa a não ser roçar um tema tão importante; mas vocês têm a experiência da grande riqueza espiritual que o seu fundador abriu às equipes, como a muitos outros leigos. Frequentemente, Pe.Caffarel retorna sobre o caráter vital da oração. A vida sacramental não pode restar sem, escreve na carta de novembro de 1952: “A Eucaristia numa alma que não reza, é semente em terra não arada, não pode produzir seus frutos.”
Preparando a peregrinação a Lourdes em Pentecostes de 1954, ele parte de uma nota que volta seguidamente: O Senhor promete sua presença no encontro: Onde dois ou três estão reunidos. Mas Jesus diz também: Quando você quer rezar... Reze a seu Pai que está presente no segredo. Apela para a oração pessoal, mesmo que numa grande peregrinação: “ contentar-se com estar na multidão que circunda o Cristo sem tentar de fazer contato pessoal com ele, sem atar uma relação pessoal com ele, é experimentar muita indiferença ( carta de maio de 1954 ).
È necessário que cada um se empenhe nessa estrada segreda que só permite alcançar pessoalmente o Cristo. “Este caminho segredo é estreito, eu não posso conduzir vocês. Depende de vocês, de cada um de vocês, descobri-lo. Sejam humildes, sejam puros, sejam dóceis, sejam oração, sejam perseverantes e o encontrarão. E encontrarão o Cristo. ( ibid.) Para Caffarel, na vida leiga, a oração e a meditação é possível, sobretudo, se nutrida pela Palavra de Deus, se permanece em relação com a oração litúrgica da igreja e com a vida sacramental. No 1955 publica um editorial interessante, retomado em Propos sur l’amour et la grâce com o titulo: “Tantas falências “. Sempre é o seu desejo aquele de reagir à perca de dinamismo e de tepidez. O faz remetendo-se a três necessidades vitais: a Eucaristia, que o materialismo imperante não deve nos fazer abandonar, já que o Cristo escolheu o pão de cada dia para dar-se a nós; a Palavra de Deus, “vivente, re-criadora”. Não nos surpreende se a vida divina, fé, esperança e caridade declina e se apaga em aquele que se esquece de escutar ao seu Deus que lhe fala”.
— “A oração não é menos necessária. Salva do sufoco a nossa alma […]. Sua vitalidade, conservada pelo Pão da Palavra e pelo Pão Eucarístico, pode finalmente manifestar-se: a Deus que lhe falou responde, a Deus que se deu a ela, se entrega. Entre Deus e a alma instaura-se uma troca, aquela comunhão à qual todo amor aspira. Aos poucos é a vida inteira daquele que faz oração, e porque ele faz oração, que se torna oração”. Às objeções, Pe. Caffarel responde com firmeza: A vocês falta um guia? O fornecemos nós ou vocês mesmos podem encontrá-lo? A vocês falta tempo? Vocês tem o tempo para comer e dormir, não deixem a sua alma morra por inanição! (cf. Propos, pp. 128-129).
Não é este o local, mas é a hora de todos fazer um estudo sobre o ensinamento forte do Pe. Caffarel sobre a oração; tal vez não conheçam as Cent lettres sur la prière, publicadas sob o título Présence à Dieu.Ou ainda as Cinq soirées sur la prière intérieure. Quero ainda dar simplesmente a palavra ao padre, porque ele sabe melhor de muitos autores sugerir a realidade da experiência da oração. Uma pequena nota sobre este tema, concernente especialmente às traduções: a palavra oração, em francês, não tem necessariamente o mesmo sentido de termos semelhantes de outras línguas. Para entender melhor, ouçamos o próprio Pe. Caffarel: “A oração é deixar aquela periferia tumultuada do nosso ser, do qual falava, é recolher, reunir todas as nossas faculdades e entrar na noite árida até as profundezas de nossa alma. Lá, na porta do santuário, não é mais questão de calar ou de ficar atentos. Não se trata de sensação espiritual ou de experiência interior, trata-se de fé: crer na Presença. Adorar em silencio a Trindade Vivente. Oferecer-se e abrir-se à sua vida da qual . Aderir, comunicar ao seu Agir eterno. “ Aos poucos, a cada ano, o crescimento da nossa vida espiritual aperfeiçoado pela graça tornar-se-á mais sensível ao respiro de Deus em nós, ao Espírito de amor. …A nossa vida exterior, então, será a manifestação, a epifania da nossa vida interior. Será santa porque no intimo do nosso ser estaremos estreitamente unidos ao Deus Santo. (Cent lettres, p. 12)
Em um editorial do ano de 1957 intitulado “Plaidoyer pour l’oraison”. Remanejado e integrado nas “Cento lettere”, n. 5, com o título “Présence à Dieu”. Ele nos diz um pouco mais sobre a natureza da oração mental: « “A oração, ouso dizer, é uma conversação com Deus”, escrevia Clemente de Alexandria. …Para s. Teresa de Ávila, “a oração mental é”uma troca de amizade na qual se entretém a sós com este Deus pelo qual se sente amados.”.… Estas palavras, conversação e encontro riscam de favorecer um engano, fazer crer que a oração consista essencialmente em falar interiormente a Deus. Ela é um ato vital, que nos empenha totalmente... a oração: uma orientação profunda da alma, […] uma atenção, uma presença perante Deus de todo o ser, do corpo e da alma, de todas as faculdades que despertam.»
Questionado ainda sobre a importância, o impacto que tem a oração, Henri Caffarel respondia: “Por que a oração possui uma potencia tão grande? Porque, mais uma vez, ela não é uma atividade do homem mas uma atividade de Deus no homem, à qual o homem está associado. Cristo dizia: meu Pai e eu agimos sempre»; o homem que ora alcança em si mesmo a onipotente atividade divina, se entrega a ela, coopera com ela, lhe oferece o modo de penetrar em um mundo que, de outra forma, se fecharia para ele. (Cento lettere, p. 161).
Sabemos bem a insistência do Pe. Caffarel sobre o lugar da oração na vida familiar, a oração conjugal, que parece tantas vezes tão difícil aos equipistas, a oração familiar que não substitui totalmente a oração do casal, - a oração bem colocada na reunião de equipe-, a imersão na oração nos retiros em um silencio rigoroso do qual alguns tem uma lembrança um pouco dura. Sem trégua Henri Caffarel voltava sobre o assunto para convidar à oração, ligada à vida sacramental e à vida de todos os dias. Nós devemos continuar sobre a mesma linha. Os riscos de enfraquecimento do sentido da oração não são menos importantes na atualidade. Não seria inútil reler de vez em quando a Carta.
Não farei outra coisa a não ser roçar um tema tão importante; mas vocês têm a experiência da grande riqueza espiritual que o seu fundador abriu às equipes, como a muitos outros leigos. Frequentemente, Pe.Caffarel retorna sobre o caráter vital da oração. A vida sacramental não pode restar sem, escreve na carta de novembro de 1952: “A Eucaristia numa alma que não reza, é semente em terra não arada, não pode produzir seus frutos.”
Preparando a peregrinação a Lourdes em Pentecostes de 1954, ele parte de uma nota que volta seguidamente: O Senhor promete sua presença no encontro: Onde dois ou três estão reunidos. Mas Jesus diz também: Quando você quer rezar... Reze a seu Pai que está presente no segredo. Apela para a oração pessoal, mesmo que numa grande peregrinação: “ contentar-se com estar na multidão que circunda o Cristo sem tentar de fazer contato pessoal com ele, sem atar uma relação pessoal com ele, é experimentar muita indiferença ( carta de maio de 1954 ).
È necessário que cada um se empenhe nessa estrada segreda que só permite alcançar pessoalmente o Cristo. “Este caminho segredo é estreito, eu não posso conduzir vocês. Depende de vocês, de cada um de vocês, descobri-lo. Sejam humildes, sejam puros, sejam dóceis, sejam oração, sejam perseverantes e o encontrarão. E encontrarão o Cristo. ( ibid.) Para Caffarel, na vida leiga, a oração e a meditação é possível, sobretudo, se nutrida pela Palavra de Deus, se permanece em relação com a oração litúrgica da igreja e com a vida sacramental. No 1955 publica um editorial interessante, retomado em Propos sur l’amour et la grâce com o titulo: “Tantas falências “. Sempre é o seu desejo aquele de reagir à perca de dinamismo e de tepidez. O faz remetendo-se a três necessidades vitais: a Eucaristia, que o materialismo imperante não deve nos fazer abandonar, já que o Cristo escolheu o pão de cada dia para dar-se a nós; a Palavra de Deus, “vivente, re-criadora”. Não nos surpreende se a vida divina, fé, esperança e caridade declina e se apaga em aquele que se esquece de escutar ao seu Deus que lhe fala”.
— “A oração não é menos necessária. Salva do sufoco a nossa alma […]. Sua vitalidade, conservada pelo Pão da Palavra e pelo Pão Eucarístico, pode finalmente manifestar-se: a Deus que lhe falou responde, a Deus que se deu a ela, se entrega. Entre Deus e a alma instaura-se uma troca, aquela comunhão à qual todo amor aspira. Aos poucos é a vida inteira daquele que faz oração, e porque ele faz oração, que se torna oração”. Às objeções, Pe. Caffarel responde com firmeza: A vocês falta um guia? O fornecemos nós ou vocês mesmos podem encontrá-lo? A vocês falta tempo? Vocês tem o tempo para comer e dormir, não deixem a sua alma morra por inanição! (cf. Propos, pp. 128-129).
Não é este o local, mas é a hora de todos fazer um estudo sobre o ensinamento forte do Pe. Caffarel sobre a oração; tal vez não conheçam as Cent lettres sur la prière, publicadas sob o título Présence à Dieu.Ou ainda as Cinq soirées sur la prière intérieure. Quero ainda dar simplesmente a palavra ao padre, porque ele sabe melhor de muitos autores sugerir a realidade da experiência da oração. Uma pequena nota sobre este tema, concernente especialmente às traduções: a palavra oração, em francês, não tem necessariamente o mesmo sentido de termos semelhantes de outras línguas. Para entender melhor, ouçamos o próprio Pe. Caffarel: “A oração é deixar aquela periferia tumultuada do nosso ser, do qual falava, é recolher, reunir todas as nossas faculdades e entrar na noite árida até as profundezas de nossa alma. Lá, na porta do santuário, não é mais questão de calar ou de ficar atentos. Não se trata de sensação espiritual ou de experiência interior, trata-se de fé: crer na Presença. Adorar em silencio a Trindade Vivente. Oferecer-se e abrir-se à sua vida da qual . Aderir, comunicar ao seu Agir eterno. “ Aos poucos, a cada ano, o crescimento da nossa vida espiritual aperfeiçoado pela graça tornar-se-á mais sensível ao respiro de Deus em nós, ao Espírito de amor. …A nossa vida exterior, então, será a manifestação, a epifania da nossa vida interior. Será santa porque no intimo do nosso ser estaremos estreitamente unidos ao Deus Santo. (Cent lettres, p. 12)
Em um editorial do ano de 1957 intitulado “Plaidoyer pour l’oraison”. Remanejado e integrado nas “Cento lettere”, n. 5, com o título “Présence à Dieu”. Ele nos diz um pouco mais sobre a natureza da oração mental: « “A oração, ouso dizer, é uma conversação com Deus”, escrevia Clemente de Alexandria. …Para s. Teresa de Ávila, “a oração mental é”uma troca de amizade na qual se entretém a sós com este Deus pelo qual se sente amados.”.… Estas palavras, conversação e encontro riscam de favorecer um engano, fazer crer que a oração consista essencialmente em falar interiormente a Deus. Ela é um ato vital, que nos empenha totalmente... a oração: uma orientação profunda da alma, […] uma atenção, uma presença perante Deus de todo o ser, do corpo e da alma, de todas as faculdades que despertam.»
Questionado ainda sobre a importância, o impacto que tem a oração, Henri Caffarel respondia: “Por que a oração possui uma potencia tão grande? Porque, mais uma vez, ela não é uma atividade do homem mas uma atividade de Deus no homem, à qual o homem está associado. Cristo dizia: meu Pai e eu agimos sempre»; o homem que ora alcança em si mesmo a onipotente atividade divina, se entrega a ela, coopera com ela, lhe oferece o modo de penetrar em um mundo que, de outra forma, se fecharia para ele. (Cento lettere, p. 161).
Sabemos bem a insistência do Pe. Caffarel sobre o lugar da oração na vida familiar, a oração conjugal, que parece tantas vezes tão difícil aos equipistas, a oração familiar que não substitui totalmente a oração do casal, - a oração bem colocada na reunião de equipe-, a imersão na oração nos retiros em um silencio rigoroso do qual alguns tem uma lembrança um pouco dura. Sem trégua Henri Caffarel voltava sobre o assunto para convidar à oração, ligada à vida sacramental e à vida de todos os dias. Nós devemos continuar sobre a mesma linha. Os riscos de enfraquecimento do sentido da oração não são menos importantes na atualidade. Não seria inútil reler de vez em quando a Carta.
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