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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

MEDITAÇÃO: “ÀS VEZES ESTAMOS APENAS FALANDO CHINÊS ...”

“Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e Pisado pelos homens" (Mt 5, 13)
Em setembro tive a oportunidade de participar de um dia do III Simpósio de Teologia na PUC. Dentre tantas coisas que chamaram minha atenção, uma simples história marcou bastante e me levou a refletir. Por isso, compartilho com vocês:
"Conta a lenda que um alemão se apaixonou por uma linda chinesa. Embora tenha sido uma paixão à primeira vista, era uma paixão muito forte, inexplicável. Mas para que ele pudesse dar continuidade a esse sentimento, só lhe restava uma saída: aprender chinês.
Assim fez o apaixonado alemão. Comprou livros e materiais pela internet para aprender a falar chinês, e como não tinha nenhum curso desse idioma em sua cidade, aprendeu sozinho. Então, começou a trocar cartas de amor com sua amada.
Como ninguém na sua região sabia falar chinês, a fama do alemão se espalhou logo, que em pouco tempo ele ficou muito conhecido. Então, começou a ensinar chinês primeiramente na sua casa, mas a procura foi tamanha que ele abriu um curso de chinês. Em poucos meses, o alemão já era dono de uma das maiores franquias de ensino de chinês na Alemanha, atividade que passou a consumir todo o seu tempo livre. “Sem tempo, tão atarefado em ensinar chinês e administrar a franquia do seu curso, o alemão nunca mais teve tempo de trocar cartas de amor com sua amada”.
Assim. Também acontece muitas vezes conosco. Experimentamos um amor de Deus, que arde, queima e inquieta nossos corações. Uma "paixão à primeira vista". Uma experiência de encontro "inexplicável" que nos Impulsiona a querer ir além. Que nos move para fora de nós mesmos, ao encontro deste outro desconhecido. Buscamos aprendera "falar chinês" para trocar cartas com este amado. Começamos a estudar para compreender melhora sagradas escrituras, aprofundamo-nos em documentos eclesiais, aprendemos dogmas, começamos a nos envolver com diversos trabalhos pastorais, fazer palestras em vários lugares e, quando nos damos conta, estamos envolvidos numa verdadeira "franquia de chinês", não nos restando mais tempo Para trocar as cartas de amor com Deus. Deixamos de trocar cartas de amor com Deus que se encontra em nossa casa, nas pessoas que convivem conosco Quantas vezes. Somos  mais impacientes e intransigente justamente com os mais próximo? Deixamos de trocar cartas de amor com Deus que se encontra injustiçado e sendo explorado e  nada fazemos. Para mudar esta situação e por vezes, até contribuímos para a manutenção desta situação injusta. Deixamos de trocar cartas de amor com Deus quando insistimos em impor nossas idéias na comunidade por orgulho mesmo que as mesmas sejam prejudiciais e possam levar a sua destruição.
Deixamos de trocar cartas com Deus quando perdemos o senso crítico-profético e não somos mais capazes de enxergar as mudanças que devem ser feitas. Deixamos de trocar cartas de amor, quando não somos mais capazes de amar o próximo e perdemos o sabor da alegria de viver como cristão. Quando toda nossa experiência e vivência de fé não sejam mais capazes de nos impulsionar para a nossa mudança interior.
Sim, deixamo-nos levar pelo nosso orgulho e egoísmo, e nos distanciamos cada vez mais da experiência inicial, adentrando num processo de burocratização dá fé. Passamos a utilizar todo o depósito da tradição religião, não mais para levar Deus ao Próximo, mas como instrumento de dominação e, muitas vezes, de violência.  Aprendemos a discursar sobre Deus, mas pouco vivenciamos esse amor de Deus. Que esta simples reflexão nos faça parar para refletirmos se na verdade não estamos nos 0cupando mais em “ensinar chinês", ocupando-nos  mais a parte externa, do que escrever cartas de amor  a Deus, através de uma vivência profunda e transformadora com o próximo e com Deus. Pois se o sal perder o seu sabor, não servirá para mais nada a não ser para ser lançado fora.

Texto escrito por Leonardo Nüñes de M. Reis, bacharelando em teologia na PUC-RIO.
Texto retirado na revista mensal "PEGADAS" publicada pela Paróquia Sagrados Corações do Meier.
Postado por Regina ♥ Fernando - casal REFER em 10 novembro 2011 às 0:01
http://amigos-ens.ning.com/profiles/blogs/meditacao-as-vezes-estamos-apenas-falando-chines

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