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domingo, 31 de julho de 2011

CONSELHOS QUE VALEM PARA A VIDA TODA...

5

 DESCONFIE DE QUEM LHE OFERECE O MUNDO INTEIRO E PEDE EM TROCA "APENAS" A SUA ALMA.

Evangelho de Lucas 4,5-8

O diabo o levou para o alto; mostrou-lhe, num relance, todos os reinos da terra, e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e a riqueza destes reinos, pois a mim é que foram dados, e eu os posso dar a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim, tudo será teu”. Jesus respondeu-lhe: “Está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto’”.

Fonte:
Livro: 300 Conselhos de Jesus
Autor: João Carlos Almeida

AS ORAÇÕES DO TERÇO E DO ROSÁRIO

sexta-feira, 29 de julho de 2011

ORIENTAÇÕES DO VATICANO PARA UMA LEITURA CORRETA DAS SAGRADAS ESCRITURAS


Além dos cinco pontos que citei no post [Que parâmetros devemos ter para ler as Sagradas Escrituras?] para uma leitura correta das Sagradas Escrituras, encontrei algumas observações interessantes na Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Revelação divina, Dei Verbum, que recomenda três pontos ao se ler a Palavra de Deus:
1. Conteúdo e unidade da Escritura inteira - Quer dizer, não interpretar uma parte da Escritura fora do seu contexto integral. Muitas vezes um versículo só será bem entendido quando lido juntamente com outros.
Lembro-me de uma história que me contaram. Uma mulher estava com depressão, com vontade de morrer e resolveu “abrir a bíblia” para ver se havia um versículo que lhe desse uma direção. Ela abriu a bíblia e caiu no Evangelho…
Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se.
(Mt 27,5)
Óbvio que aquela Senhora assustou-se com a palavra. Resolveu pegar uma outra palavra. E veio esta:
…Vai, e faze tu o mesmo…
(Lc 10,37)
Portanto, não podemos analisar a Bíblia fora do seu contexto. Um velho jargão nos ensina que: Um texto fora do contexto vira pretexto. Eu não posso sair por ai, interpretando a bíblia do meu jeito. Não posso sair “abrindo a bíblia” e interpretando um versículo isolado sem ler o contexto da palavra.
2. A Tradição viva da Igreja – A interpretação da Palavra de Deus nunca pode estar em desacordo com a Tradição da Igreja e vice-versa. A Palavra e a Tradição nunca andam desalinhadas. A palavra dos Papas, Santos Padres da Igreja e seus doutores estão sempre de acordo com a Palavra.
3. Analogia da fé – Como havia dito antes. Uma parte da Bíblia nunca poderá estar em desacordo com a outra. Precisamos sempre verificar a coesão das verdades da fé entre si. Uma não pode ser oposta a outra, pois o Espírito Santo não se contradiz.


30 01 2011
Vimos nos posts anteriores, que precisamos ter parâmetros para ler a palavra de Deus. E a Igreja nos dá alguns parâmetros. Se você deseja (e é bom que queira mesmo) conhecer a palavra de Deus, esteja atento a estes pontos importantes:
1. A analogia da fé – A Bíblia é um livro de verdades religiosas reveladas por Deus (isso já vimos anteriormente). Por isso, cada texto está de certa forma relacionado com toda a Bíblia e com a fé da Igreja, ou seja, um trecho não contradiz o outro. Não podemos tirar um texto ou um versículo que seja deste contexto, sem que possa haver erro de interpretação. Aqui entra a importância da Tradição e do Magistério da Igreja. É o que sempre tenho afirmado desde o início: A Igreja que deve ter a palavra final, a fim de se evitar o perigoso subjetivismo pessoal (o famoso achismo – “eu acho que…” ).
2. O sentido da História – Sempre dizemos isso quando falamos sobre a Sagrada Escritura: Deus é o Senhor da história. E é na história que a sua santa vontade se realiza. O avançar da história, e o desenvolvimento do seu povo, também nos ajuda a compreender a Sagrada Escritura. Jesus mandou observar os sinais dos tempos.
3. O sentido do movimento progressivo da Revelação – Desde o começo dos nossos estudos, eu procurei mostrar a você, que Deus foi revelando sua vontade devagar. Deus é amigo do tempo. É importante que você perceba que Deus tem paciência, ao contrário de nós. Deus levou apenas 14 séculos para nos revelar a sua palavra, e continuou a nos ensinar durante mais de 20 séculos como vivê-la. E nos ensina até hoje através da Sua Igreja, através da Sagrada Tradição (transmissão oral, não escrita) que para nós católicos tem o mesmo valor das Sagradas Escrituras (conforme já foi falado).
4. O sentido da relatividade das palavras – Segundo o professor Felipe Aquino: “As palavras são relativas, nem sempre absolutas”. Para entender o texto bíblico precisamos saber o que certas palavras, frases ou expressões significavam exatamente quando o autor sagrado as usou.
Por exemplo: Digamos que uma jovem escreva um bilhete (em português) para uma amiga: “Querida amiga, meu namorado é um gato. E meu Pai é um barato, pois nos deixou namorar…”
Agora imagine que esse bilhete fique em algum livro ou gaveta e seja encontrado daqui a 5.000 anos, por algum italiano que está aprendendo português.
O que essa pessoa ao traduzir esse texto irá pensar? Se ele não souber que nos dias de hoje a juventude usa a expressão “gato” ou “gata” para dizer que alguém é bonito, e não souber que “barato” significa alguém legal, bacana, logo vai pensar que essa jovem namorava gatos e seu pai era um inseto nojento. É preciso entender a palavra na época que era usada. Em outras palavras: Cada tempo tem sua gíria. E a bíblia está cheia delas.
5. O bom senso e senso crítico – Deus não nos deu uma cabeça apenas para equilibrar o corpo. Se Ele nos deu a inteligência, precisamos usá-la. É bom sempre se perguntar diante de certas interpretações: isto tem fundamento no texto original? Ou são apenas o ponto de vista de alguém em desacordo com o autor sagrado?
Se alguém tem entendimento das Escrituras Divinas ou parte delas, mas se com esse entendimento não edifica a dupla caridade – a de Deus e a do próximo – é preciso reconhecer que nada entendeu… (Santo Agostinho – Sec. IV)

31 janeiro 2011 Autor: admin | Postado em: Bíblia

CONSELHOS QUE VALEM PARA A VIDA TODA...

4

 VOCÊ NÃO PODE VIVER SOMENTE DE PÃO, MAS DE TODA PALAVRA QUE SAI DA BOCA DE DEUS.

Evangelho de Lucas 4,1-4

Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do rio Jordão e, no Espírito, era conduzido pelo deserto. Ali foi posto à prova pelo diabo, durante quarenta dias. Naqueles dias, ele não comeu nada e, no final, teve fome. O diabo, então, disse-lhe: “Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão”. Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não se vive somente de pão’”.


Fonte:
Livro: 300 Conselhos de Jesus
Autor: João Carlos Almeida

quarta-feira, 27 de julho de 2011

CONSELHOS QUE VALEM PARA A VIDA TODA...

3

 SE VOCÊ FOR OBEDIENTE AO PAI DO CÉU E AOS PAIS DA TERRA CRESCERÁ EM SABEDORIA E GRAÇA.

Evangelho de Lucas 2,49-52

Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?” Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes falou. Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens.

Fonte:
Livro: 300 Conselhos de Jesus
Autor: João Carlos Almeida

terça-feira, 26 de julho de 2011

CONSELHOS QUE VALEM PARA A VIDA TODA...

2

 LEMBRE-SE QUE O PRINCÍPIO DA SABEDORIA É ESCUTAR E FAZER PERGUNTAS.

Evangelho de Lucas 2,46-50

Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos aqueles que ouviam o menino ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram, seus pais ficaram comovidos, e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!” Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?” Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes falou.

Fonte:
Livro: 300 Conselhos de Jesus
Autor: João Carlos Almeida

segunda-feira, 25 de julho de 2011

CONSELHOS QUE VALEM PARA A VIDA TODA...

1

 SE VOCÊ PERDEU A CRIANÇA INTERIOR, VOLTE ÀS ORIGENS.

Evangelho de Lucas 2,41-46

Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando completou doze anos, eles foram para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrasse na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, procurando-o. Depois de três dias, o encontraram no templo.

Fonte:
Livro: 300 Conselhos de Jesus
Autor: João Carlos Almeida

domingo, 24 de julho de 2011

A LIBÉLULA - Série de textos auxiliares

Num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago...
Certo dia surgiu um casulo...
E quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda libélula.
E ela ficou tão encantada com o lugar, que voou por cada pedacinho...
Brincou nas flores, nas árvores, no lago, nas nuvens... E quando ela já tinha conhecido tudo... no alto de uma colina, avistou uma casa...
A casa do homem... e a libélula havia de conhecer a casa do homem... e foi voando pra lá....
E então, a libélula entrou por uma janela, justo a janela da cozinha...
E nesse dia, uma grande festa era preparada Um homem com um chapéu branco... grande...
dava ordens para os criados...
Mas a libélula não se preocupou com isso, Brincou entre os cristais, se viu na bandeja de prata, explorou cada pedacinho daquele novo mundo...
Quando de repente, ela viu sobre a mesa... uma tigela cheia de nuvens!!!
E a libélula não resistiu, ela tinha adorado brincar nas nuvens... e mergulhou....
Mas quando ela mergulhou... ahhhhhhhh... aquilo não eram nuvens, e ela foi ficando toda grudada, e quanto mais ela se mexia tentando escapar... ahhhhhh mais ela afundava....
E a libélula então começou a rezar, e ela pedia ao Deus dos Insetos Voadores que a libertasse, fazia promessas e dizia que se conseguisse sair dali, dedicaria o resto de seus dias a ajudar os insetos voadores... e ela rezava e pedia...
Até que o chefe da cozinha começou a ouvir um barulhinho, e ele não sabia que era a libélula rezando e quando olhou na tigela de claras em neve... arghhhh um inseto!!! E ele pegou a libélula e a atirou pela janela...
A libélula então, se arrastou para um pedacinho de grama, e sob o sol começou a se limpar... e quando ela se viu liberta... ahhhhh ela estava tão cansada que se virou pra Deus e disse:
- O Senhor, eu prometi dedicar o resto de minha vida a ajudar os outros insetos voadores, mas agora eu estou tão cansada, que prometo cumprir minha promessa a partir de amanhã...
E a libélula adormeceu...
Mas o que ela não sabia, e você também não sabe, é que as libélulas vivem apenas um dia...
E naquele pedacinho de grama, a libélula adormeceu, e não mais acordou....

FOME E SEDE DE FELICIDADE


Salmo: 34 (33)              Leitura: Lucas 15,1-3,11-32
Nós, seres humanos, possuímos um desejo ardente de felicidade. Este desejo se assemelha a nossa necessidade básica de água e alimentos. Tudo o que fazemos na vida: profissão, família, lazer, e, até mesmo religião, tem por objetivo saciar esta fome e sede. O evangelho apresenta a parábola (estória) do rapaz que queria ser feliz e se sentia frustrado com a vida que levava na casa do seu pai. Ele sai de casa, faz sua busca e no final chega a uma conclusão interessante sobre o que, realmente é ser feliz. Pode ser que a estória do rapaz insatisfeito, seja a sua história de vida. Deus quer nos ensinar por meio da sua Palavra, como podemos alcançar a verdadeira felicidade. Vejamos:
1- O anseio pela felicidade nos foi dado por Deus: “Certo dia o mais moço disse ao pai: “Pai, quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança.” — E o pai repartiu os bens entre os dois”. (versículo 12). O Pai da parábola representa Deus, e o rapaz, todos nós. Deus deseja que sejamos felizes e para isso Ele nos criou. Às vezes, pensamos que felicidade não existe ou que ela está reservada para nós somente no céu. Jesus disse: “Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa”. (João 10,10). Vida, na Bíblia, significa: paz, alegria, motivação, satisfação em viver, fraternidade, harmonia; enfim, felicidade. Deus tem a felicidade para nós como uma herança, como um dom precioso “… o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor”. (Romanos 6,23). Portanto, querer ser feliz e buscar a felicidade é um instinto colocado em nós pelo Criador.
2- A busca da felicidade nem sempre é realizada na direção certa: “Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha”. (versículo 13). O anseio pela felicidade, muitas vezes se confunde com a busca do prazer. A felicidade sempre traz prazer, mas o prazer nem sempre traz felicidade. Muitas pessoas se frustram mesmo tendo um bom trabalho, um ótimo salário, uma família bem estruturada, ainda assim não são felizes. Muitos tentam encontrar a felicidade se entregando a prazeres desenfreados, como o rapaz da parábola: orgias, baladas, vícios, diversão. Às vezes, “entopem-se” de coisas materiais, mas intimamente não são felizes.
3- O resultado de uma ilusória busca de felicidade: “O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade”. (versículo 14). Quando a felicidade é entendida ou buscada somente como prazer, o resultado é o desencanto, a frustração, a carência, a revolta e não raras vezes, a escravidão ao pecado e aos vícios. A felicidade é algo muito simples, mas a sua busca pode ser muito complicada e estressante.
4- A comunhão com o Pai, a verdadeira felicidade: “Caindo em si, ele pensou: “Quantos trabalhadores do meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui morrendo de fome! “Vou voltar para a casa do meu pai…”. (versículos 17-18). O jovem era feliz e não sabia! Enquanto ele estava com o pai, tinha tudo: “pão em abundância”. Santo Agostinho disse: “Nosso coração foi feito para ti, ó Deus, e não repousará enquanto não encontrar a ti”. A verdadeira felicidade não é ir tudo bem, tudo dar certo, mas é estar bem. Ter o coração tranquilo nas mãos do Pai, que cuida de nós e nos enche de amor e paz. Só seremos verdadeiramente felizes, quando entregarmos nossa vida a Jesus e entendermos que somos amados, acolhidos e cuidados pelas mãos do Pai.
Você já fez esta descoberta? Considera-se realmente feliz? Se você já encontrou Jesus, você é feliz e sua vida, apesar de tudo, é uma festa!

Conclusão: A felicidade existe: ela está plenamente em Deus! Nada, nem ninguém, pode preencher o nosso coração e matar nossa fome e sede de felicidade que é infinita, a não ser Deus, que é infinito.

Perguntas:
1-Você se considera feliz?
2- O que mudou em sua vida quando você encontrou Jesus? Nele você encontrou felicidade?

Padre Luis Fernando
Paróquia Espírito Santo

O PELO DO LEÃO - Série de textos auxiliares


Numa aldeia nas montanhas da Etiópia, um rapaz e uma moça se apaixonaram e se casaram. Por algum tempo foram perfeitamente felizes, mas então os problemas chegaram à casa deles.
Começaram a ver os erros um do outro nas pequenas coisas — ele a acusava de gastar muito no mercado, ela o acusava de estar sempre atrasado. Não se passava um dia sem uma discussão sobre dinheiro, sobre trabalho doméstico, sobre amigos e parentes. Às vezes ficavam tão bravos que gritavam, berravam impropérios e iam para a cama sem se falar, o que só piorava as coisas.
Depois de alguns meses eles acharam que não aguentavam mais aquilo e procuraram um juiz velho e sábio para lhes pedir o divórcio.
– Por quê? — perguntou ele. — Há menos de um ano que se casaram. Não se amam mais?
– Sim, nós nos amamos, mas as coisas não vão nada bem.
– Como assim, não vão nada bem?
– Ah, brigamos muito, ele faz coisas que me irritam. Deixa roupas espalhadas pela casa toda; corta as unhas do pé na sala e deixa pelo chão; chega tarde em casa. Sempre que eu quero fazer alguma coisa, ele quer fazer outra. Não podemos viver juntos, porque ele também encontra muitos defeitos em mim.
Entendo — disse o velho juiz. — Talvez eu possa ajudar. Conheço um remédio mágico que vai fazer vocês se darem muito melhor. Se eu lhes der esse remédio, vão parar de pensar em divórcio?
– Claro! Gritaram eles. — Qual é o remédio? Dê-nos!
– Calma — disse o juiz. — Para fazer o remédio preciso de um fio da cauda de um grande leão que vive perto do rio. Tem que trazer esse fio para mim.
– Mas como iremos conseguir isso? exclamaram. O leão vai nos matar.
– Nisso não posso ajudar — disse o velho, abanando a cabeça. — Entendo muito de remédios, mas não entendo nada de leões. Vocês descobrirão como. Vão tentar?
Após refletirem longamente, pois se amavam e o remédio ia salvar seu casamento, resolveram buscar o pelo do leão.
Na manhã seguinte, foram ao rio e se esconderam. Pouco tempo depois, o leão veio beber água. Quando viram o animal, tremeram de medo.
O leão abriu a boca, mostrando os dentes afiados e eles quase desmaiaram. Então o leão deu um rugido e eles saíram correndo para a casa.
Mas na manhã seguinte voltaram ao rio, trazendo um saco de carne fresca.
Deixaram a carne na margem, a duzentos metros do leão e ficaram atrás da pedra enquanto ele comia.
Nos dias seguintes, foram chegando mais perto, até que nem mais se escondiam enquanto ele comia a carne que traziam.
Assim a cada dia chegavam mais perto do leão até que chegaram tão perto que puderam atirar a carne na boca dele.
No outro dia o leão veio comer em suas mãos e apesar do medo o amor era mais forte e enquanto um dava a carne o outro, lentamente, abaixou-se e arrancou um fio do pelo da cauda da fera.
Voltaram correndo ao juiz.
– Olhe! — gritaram: — Trouxemos um pelo do leão.
O velho pegou o fio e examinou atentamente.
– Foi muita coragem suas, disse ele. — E precisou de muita paciência, não?
– Ah, sim — disse ela. — Agora nos dê o remédio para salvar o nosso casamento.
O velho juiz abanou a cabeça.
– Não tenho mais nada a lhes dar.
– Mas o senhor prometeu! — ex¬clamaram.
– Então não vê? — perguntou ele com carinho. — Já têm o remédio de que precisam.
Estavam decididos a fazer o que fosse preciso, por mais que demorasse, para ter o remédio mágico para seus problemas. Mas mágica não existe. Só existe suas determinações. Vocês se amam. Se os dois tiverem a paciência, a determinação e a coragem que demonstraram para trazer esse pelo do leão serão muito felizes. Pensem nisso.
E ambos voltaram para casa, com novas resoluções.

E nós equipistas, que temos os PCE’s — Pontos Concretos de Esforço, especialmente, o Dever de Sentar-se e a Regra de Vida — para fortalecerem nossas relações espirituais e familiares, será que por vezes, não chegamos a necessitar do pelo do leão para nos entendermos?

Fonte: Revista Caminho
Equipe de Nossa Senhora
Setores A e B - Bauru/SP


O QUE É SER FELIZ ? - Série de textos auxiliares


A sede de felicidade foi colocada em nosso coração pelo próprio Deus, porque Ele nos criou para sermos felizes com Ele. Mas o pecado desvirtuou o sentido da felicidade; e agora, ao invés de buscarmos a felicidade que traz alegria, corremos atrás da felicidade que traz somente o prazer.
Inventaram agora um tal SEGREDO, através do qual você pode satisfazer todos os seus desejos não atendidos até hoje; é um sonho, uma miragem no deserto. A felicidade não é esta proposta por esta magia fantasiosa. A Carta da Felicidade é aquela que Jesus nos ensinou no Sermão da Montanha.
Ser feliz não é ter uma vida perfeita, sem dor e sem lágrimas; mas saber usar as lágrimas para regar a esperança e a alegria de viver. Ser feliz é saber usar as pedras nas quais tropeçamos para reforçar as bases da paciência e da tolerância. Não é apenas se encantar com os aplausos e elogios; mas saber encontrar uma alegria perene no anonimato.
Ser feliz não é voar num céu sem tempestade, caminhar numa estrada sem acidentes, trabalhar sem fadiga e cansaço, ou viver relacionamentos sem decepções; é saber tirar a alegria de tudo isto e apesar de tudo isto. Ser feliz não é só valorizar o sorriso e a festa, mas saber também refletir sobre o valor da dor e a tristeza. Não é só se rejubilar com os sucessos e as vitórias, mas saber tirar as grandes lições de cada fracasso amargo.
Ser feliz é não se decepcionar e nem desanimar com os obstáculos e dificuldades, mas usá-los para abrir as janelas da inteligência e modelar a maturidade. Ser feliz é ser forte na hora de perdoar, ter esperança no meio da batalha árdua, lutar com bravura diante do medo, saber suportar os desencontros. É acreditar que a vida é a maior empresa do mundo.
Ser feliz é jamais desistir de si mesmo e das outras pessoas. É jamais desistir de ser feliz; vivendo e crendo que a vida é um espetáculo e um banquete. Ser feliz é uma atitude de vida; uma maneira de encarar cada dia que recebemos como um lindo presente de Deus. É não se esquecer de agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida que se renova.
Ser feliz é crer que há pessoas esperando o seu sorriso e que precisam dele. É saber procurar o que há de bom em tudo e em todos, antes de ver os defeitos e os erros.Ser feliz é não fazer dos defeitos dos outros uma distância mas uma oportunidade de aproximação e de doação de si mesmo. É saber entender as pessoas que pensam diferente de nós e saber ouvi-las atentamente, sem respondê-las com raiva.
Ser feliz é saber ouvir o que cada pessoa tem a nos dizer, sem prejulgar ou desprezar o que tem para nos dizer. É saber sonhar, mas sem deixar o sonho se transformar em fuga alienante. Ser feliz é fazer dos obstáculos degraus para subir, sem deixar de ajudar aqueles que não conseguem subir os degraus da vida. É saber a cada dia descobrir o que há de bom dentro de você e usar isto para o seu bem e o dos outros.
Ser feliz é saber sorrir, mas sem se esconder maliciosamente atrás do sorriso; mostrar-se como você ,é sem medo. É não ter medo dos próprios sentimentos e ter coragem de se conhecer e de se amar. É deixar viver a criança alegre, feliz, simples e pacífica que existe dentro de você. Ser feliz é ser capaz de atravessar um deserto fora de si mesmo, mas ser sempre capaz de encontrar um oásis dentro no seu interior.
Ser feliz é ter coragem de ouvir um Não e continuar a caminhada sem desanimar e desesperar. É ser capaz de recomeçar de novo quando se errou o caminho. É acreditar que a vida é mais bela do que a suas dores, desafios, incompreensões e crises. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se fazer autor da própria história. Ser feliz é ter maturidade para saber dizer “eu errei”; “eu não sei”; “eu preciso de você”…
Ser feliz é ter os pés na terra e a cabeça nas estrelas; ser capaz de sonhar, sem medo dos sonhos, mas saber transformar os sonhos em metas. Ser feliz é ser determinado e nunca abrir mão de construir seu destino e arquitetar sua vida; não ter medo de mudanças e saber tirar proveito delas. Saber tornar o trabalho objeto de prazer e realização pessoal.
Ser feliz é estar sempre pronto a aprender e se orgulhar de absorver o novo. Ter coragem para abrir caminhos, enfrentar desafios, criar soluções, correr riscos calculados. Sem medo de errar. Ser feliz é saber construir equipes e se integrar nelas. Não tomar para si o poder, mas saber compartilhá-lo. Saber estimular e fortalecer os outros, sem receio que lhe façam sombra. É saber criar em torno de si um ambiente de fé e de entusiasmo.
Ser feliz é não se empolgar com seu próprio brilho, mas com o brilho do resultado alcançado em conjunto. É ter a percepção do todo sem perder a riqueza dos detalhes. Ser feliz é não se esquecer de agradecer o Sol, desfrutar gratuitamente dos encantos da natureza, do canto dos pássaros, do murmúrio do mar, do brilho das estrelas, do aroma das flores, do sorriso das crianças.
Ser feliz é cultivar muitas amizades; é estar pronto para ser ofendido sem ofender, sem julgar e condenar.
Ser feliz é não ter inveja e saber se contentar com o que se tem; é saber aproveitar o tempo que passa; é não sofrer por antecipação o que ainda não aconteceu; é saber valorizar acima de tudo a vida. Ser feliz é falar menos do que se pensa; é cultivar uma voz baixa. É nunca deixar passar uma oportunidade sem fazer o bem a alguém.
Ser feliz é saber chorar com os que choram, sorrir com os que sorriem, rezar com os que rezam. Ser feliz é saber discordar sem se ofender e brigar; é recusar-se a falar das faltas dos outros; é não murmurar. Ser feliz é saber respeitar os sentimentos dos outros; não magoar ninguém com gracejos e críticas ácidas.
Ser feliz é não precisar ficar se justificando; pois os amigos não precisam de explicações e os inimigos não acreditam nelas.
Ser feliz é nunca se revoltar com a vida; é agir como a árvore que permanece calada mesmo observando com tristeza que o cabo do machado que a corta é feito de sua madeira.
Ser feliz é ser como a raiz da árvore que passa a vida toda escondida para poder sustentá-la. Ser feliz é não deixar que a tristeza apague o seu sorriso; é não permitir que o rancor elimine o perdão; que as decepções eliminem a confiança; que o fracasso vença o desejo da vitória; que os erros vençam os acertos; que a ingratidão te faça parar de ajudar; que a velhice elimine em você o animo da juventude; que a mentira sufoque a verdade.
Ser feliz é ter força para ser firme, mas ter coragem para ser gentil; é ter coragem para ter dúvida. Ser feliz é ter o universo como caminho; o amor como lei; a paz como abrigo; a experiência como escola; a dificuldade como estímulo; o trabalho como benção; o equilíbrio como atitude; a dor como advertência; a perfeição como meta. Ser feliz é amar a Deus e ao próximo.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br – Do livro: PARA SER FELIZ


sexta-feira, 22 de julho de 2011

SOBRE AMOR, ROSAS E ESPINHOS (Padre Fábio de Melo) - Série de textos auxiliares

Amor, que é amor, dura a vida inteira.
Se não durou é porque nunca foi amor.
O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições.
 Sem perdão não há amor.
Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto".

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar.

O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Coisas que Jesus fazia o tempo todo.
Apontava jardins secretos em aparentes desertos.
Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.

Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois...

Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo nem tampouco fora do cultivo.
Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir.
Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não?

VIDA DE EQUIPE

A palavra “equipe”, preferida a qualquer outra, implica na idéia de um fim preciso, procurado ativamente e em comum. (Carta Fundadora)
Ao falarmos sobre Vida em Equipe, temos presente que a equipe não é um fim em si mesma, mas ela está a serviço de seus membros, que nesta “pequena igreja” poderão praticar uma ajuda mútua eficaz na caminhada para o Senhor e tornar-se testemunhas do amor.
Embora saibamos que a Reunião Mensal de equipe é o ponto mais alto da vida dessa pequena comunidade, impõe-se afirmar que essa vida em equipe não termina quando se encerra a reunião mensal, mas continua durante todo o mês. Se resumirmos a vida da equipe à reunião mensal, não haverá conversão nem transformação de seus membros. Assim, quando são partilhadas vivências, dificuldades etc. essa partilha não pode cair no vazio, mas estará presente durante todo o mês, fortalecendo a ajuda mútua.
É importante que haja iniciativa e criatividade para manter vivo o espírito comunitário: orar em união com os outros e pelos outros; estar atentos às necessidades de cada um, exercitando a ajuda mútua; participar das atividades do Movimento, quer organizados pelo Setor ou pela Região, tais como mutirões, tardes/noites de estudos, sessões de formação (N. I, II e III) e outras que estejam de acordo com os objetivos das Equipes de Nossa Senhora. É bom a equipe celebrar as datas importantes da vida dos seus membros. De maneira especial, é relevante a ajuda mútua entre os membros da equipe em situações de dificuldades, de doenças... Tudo isso faz parte da vida em equipe.
Quanto mais freqüentes forem os encontros, num clima de solidariedade e fraternidade, mais viveremos como comunidade cristã. É necessário saber aceitar com alegria as nossas diferenças, com um esforço constante de humildade criativa que nos ajude a respeitar o outro, mesmo quando divergimos de sua maneira de pensar e agir. Nesse sentido, lemos em At 4,32: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava propriedade particular as coisas que possuía, mas tudo era posto em comum entre eles”.
Com toda certeza, a vida da equipe só frutifica realmente quando é capaz de transformar os seus membros em agentes de evangeli­zação junto aos casais e famílias e instrumentos da missão da Igreja no mundo. Atravessando dificuldades e sucessos na vivência dos PCE, os casais buscam viver em coerência com a fé cristã que professam.
Finalmente, é importante recordar trechos da palestra do casal Conchas e Zé Guerra Tavares, no Encontro Nacional de Casais Responsáveis, realizado em Fátima/Portugal (11/1996): “Na equipe, os casais são aqueles que nos ajudam a subir mais alto para ver o Senhor, num espírito de entre ajuda, para sermos capazes de superar os nossos limites... Não tenhamos ilusões: a riqueza da vida em equipe não vai depender do CRS, do SCE; também não vai depender do CRE. Irá depender exclusivamente de cada um, pois, tratando-se de uma comunidade, nela, como em qualquer outra, cada um tem as suas responsabilidades e o seu papel específico”.
“Só existe comunidade quando seus componentes se conhecem, se interessam uns pelos outros, se entre ajudam e se amam”. (Pe. Mário J. Filho - CM agosto/95)

Clélia e Domingos
Eq. Carta Mensal

Setembro 2008

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O ESCAPULÁRIO



"A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais". (Pio XII, 6/8/50)

O que é?

O Escapulário ou Bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, "um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja". (S.C. 60)

Algumas informações:

Só pode benzer e impor Escapulário que estiver revestido de ordem sacra, ou seja, sacerdotes e/ou diáconos. Não importa qual seja o tamanho, matéria ou cor de que é feito o Escapulário. O seu uso diário e permanente, embora muito recomendado, não é essencial; essencial é o compromisso de viver cristãmente, à imitação de Maria Santíssima.

A Medalha-Escapulário substitui plenamente o próprio Escapulário. Quanto aos compromissos práticos, recomenda-se muito a recitação e a meditação do terço ou, pelo menos, uma parte dele ou qualquer outra prática de devoção a Maria.

Às paróquias do Carmo, Sodalícios da Ordem Carmelitana Secular, Confrarias do Carmo, Colégios, Hospitais, Asilos, Orfanatos consagrados a Nossa Senhora do Carmo recomenda-se a promoção dos Encontros da Família Carmelitana com a finalidade sobretudo, de estreitar os laços de verdadeira fraternidade cristã. Temos todos um mesmo ideal de santificação e de auxílio mútuo neste empreendimento - e isto se torna mais fácil se tivermos consciência de que somos uma grande Família, de que somos todos irmãos do CARMO!

(Texto retirado do livro "Fraternidade do Escapulário do Carmo" escrito por Frei Nuno Alves Corrêa.)

O Poder do Escapulário

O Monte Carmelo, na Palestina, é o lugar sagrado do Antigo e Novo Testamento. É o Monte em que o Profeta Elias evidencia a existência e a presença do Deus verdadeiro, vendo os 450 sacerdotes pagãos do Baal e os 400 profetas dos bosques, fazendo descer do céu o fogo devorador que lhes extinguiu a vida.  (III Livro dos Reis, XVIII, 19 seg.).

É ainda o Profeta  Elias que implora do Senhor chuva benfazeja, depois de uma seca de três anos e três meses (III Livro dos Reis, XVIII, 45).

É no Monte Carmelo que a tradição colocou a origem da Ordem Carmelitana. Ali viviam eremitas entregues à oração e à penitência. Há quem afirme que o primeiro oratório em louvor à Virgem Maria foi levantado no Monte Carmelo.  Sempre foi transmitida a crença que aquela nuvem branca que surgiu do mar e se transformou em chuva benéfica é símbolo da Imaculada Conceição de Maria.

São Luis IX, rei da França, sobe ao Monte Carmelo. Encontra-se com aqueles eremitas e fica encantado, quando lhe contam que sua origem remonta ao Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e penitência, cultivando ardente devoção à Nossa Senhora.

Trinta anos antes de São Luis IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados ingleses levaram para a Inglaterra alguns monges.

Na Inglaterra, vivia um homem penitente, como o Profeta Elias, austero como João Batista. Chamava-se Simeão. Mas, diante de sua vida solitária na convacidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de Stock. Dizem os historiadores que Nossa Senhora lhe apareceu, exortando-o a unir-se aos Monges Carmelitas.

Os Carmelitas transferiram-se do Oriente para a Europa, por causa das perseguições sofridas, com seus conventos destruídos, queimados, seus religiosos presos, mortos e os sobreviventes dispersos. Diferente, porém, não foi sua sorte na Europa.

São Simão Stock, unindo-se aos Carmelitas, tanto se distinguiu por sua piedade, austeridade, visão e liderança, acabando sendo eleito Superior de todos os Carmelitas da Europa, em 1245. Teve coragem de adaptar a vida dos Carmelitas, que devia ser um misto de contemplação e de atividade apostólica e pastoral. Preparou os Religiosos, mandando-os às Universidades. Isto desagradou aos mais velhos. Se não bastassem as dificuldades internas, o clero diocesano que não aceitava os frades mendigantes Franciscanos e Dominicanos, fez guerra também aos Carmelitas. São Simão Stock até pensou em mudar o hábito que tanto chamava a atenção na Europa. Sentindo ele sempre mais a oposição interna e externa e sendo já nonagenário, reconhecia que as provações eram superiores a suas forças. Foi então que recorreu com muita confiança à proteção de Nossa Senhora. Na noite de 16 de julho de 1251, no Convento de Cambridge, no condado de Kent, Inglaterra, assim rezava São Simão Stock na sua cela: "Flor do Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!".

Terminada esta prece, levanta os olhos marejados de lágrimas, vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal: "Recebe, filho queridíssimo, este Escapulário de tua Ordem, como sinal peculiar de minha fraternidade, como privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Quem morrer revestido dele não sofrerá o fogo eterno. Eis um sinal de salvação, de proteção nos perigos, eis uma aliança de paz e de eterna amizade".

Nossa Senhora voltou ao céu e o Escapulário permaneceu como sinal de Maria.

Na última aparição de Lourdes e de Fátima, Nossa Senhora traz o Escapulário. São passados 733 anos, desde o dia 16 de julho de 1251. Todos os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira piedade, com sincero desejo de perfeição cristã, com sinais de conversão, sempre foram protegidos na alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a vida espiritual e corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a proteção e a assistência de Maria Santíssima.

O Escapulário é a devoção de papas e reis, de pobres e plebeus, de homens cultos e analfabetos. É a devoção de todos. Foi a devoção de São Luis IX, de Luis XIII, Luis XIV da França, Carlos VII, Filipe I e Filipe III da Espanha, Leopoldo I da Alemanha, Dom João I, de Portugal.

E a devoção dos Papas: Bento XV o pontífice da paz, chamou o Escapulário a "arma dos cristãos" e aconselhava aos seminaristas que o usassem. Pio IX gravou em seu cálice a seguinte inscrição:"Pio IX, confrade Carmelita". Leão XVIII, pouco antes de morrer, disse aos que o cercavam: "Façamos agora a Novena da Virgem do Carmo e depois morreremos".

Pio XI escrevia, em 1262, ao Geral dos Carmelitas: "Aprendi a conhecer e a amar a Virgem do Carmo nos braços de minha mãe, nos primeiros dias de minha infância". Pio XII afirmava: "É certamente o Sagrado Escapulário do Carmo, como veste Mariana, sinal e garantia da proteção e salvação ao Escapulário com que estavam revestidos. Quantos nos perigos do corpo e da alma sentiram a proteção Materna de Maria".

O Papa João XXIII assim se pronunciou: "Por meio do Escapulário do Carmo, pertenço à família Carmelitana e aprecio muito esta graça com a certeza de uma especialíssima proteção de Maria. A devoção a Nossa Senhora do Carmo torna-se uma necessidade e direi mais uma violência dulcíssima para os que trazem o Escapulário do Carmo".

Paulo VI afirmava que entre os exercícios de piedade devem ser recordados o Rosário de Maria e o Escapulário do Carmo.

O Papa João Paulo II é devotíssimo de Nossa Senhora e coloca a recitação do Rosário entre suas orações prediletas. Ele quis ser Carmelita. Defendeu sua tese sobre São João da Cruz, o grande Carmelita renovador da Ordem.

John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na sua Promessa do Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa Senhora segurava o escapulário na mão?

Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário". Artigo escrito por Dom Pedro Fedalto, Arcebispo de Curitiba .

O Valor e o Significado do Escapulário

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sinal de Maternidade Divina de Maria. Como tal, representa o compromisso de seguir Jesus como Maria, o modelo perfeito de todos os discípulos de Cristo.

O uso do Escapulário a Virgem nos ensina a:

* Viver abertos a Deus e à sua vontade;
* Escutar e praticar a palavra de Deus;
* Orar em todo momento, descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias;
* Estar aberto a caridade e as necessidades da Igreja;
* Alimentar a esperança do encontro com Deus na vida eterna pela proteção e intercessão de Maria.


O Escapulário do Carmo não é:

* Um sinal de proteção mágica ou amuleto;
* Uma garantia automática de salvação;
* Uma dispensa de viver as exigências da vida Cristã.

O Escapulário em suas normas práticas:


* O Escapulário é imposto só uma vez por um sacerdote ou pessoa autorizada;
* O uso do Escapulário exige no mínimo a oração de três Ave-Marias em honra a Nossa Senhora do Carmo;
* O Escapulário compromete com uma vida autêntica de Cristãos que se conformam com as exigências evangélicas, recebem os sacramentos e professam uma especial devoção à Santíssima Virgem.

(Artigo escrito pelo Pároco-Reitor Padre Luiz Alberto Kleina - Fonte: Portal Santuário Nossa Senhora do Carmo)


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