“Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, sem nunca desistir.” (Lc 18,1)
Após a Escuta da Palavra, somos convidados a vivenciar o segundo PCE: A MEDITAÇÃO. Na meditação esta Palavra deve tornar-se vida. Para isso é preciso deixar-nos questionar pela Palavra e conformar nossa vida às exigências que ela nos apresenta. Deus nos chama a um lugar afastado (não se trata necessariamente de um lugar físico), para falar-nos ao coração. Este é o ponto “meditação”; aqui se encontra a singularidade pessoal. Antes da meditação é preciso pedir ao Senhor um coração grande, um coração que escuta, aberto e dócil, obediente e leal. Para fazer sua meditação, “cada pessoa decide o que é apropriado para ela (quando, onde e como). O que parece mais importante para desenvolver essa profunda união com Deus é a perseverança e a regularidade” (Guia das ENS, p. 25).
A Escuta, sem a meditação é árida; a meditação, sem a Escuta, está sujeita a erros. A meditação traz uma claridade que vem de Deus, por meio de Jesus, na força do Espírito e que ilumina nossos gestos, palavras e ações. Tudo é banhado por essa claridade: vida pessoal, vida profissional, vida conjugal e familiar, vida de equipe, tristezas e alegrias, sucessos e fracassos, vida e morte. Maria, nossa mãe, é modelo de mulher orante para todos nós: “Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2,19.) A meditação é o ponto mental que se dedica a escavar na verdade mais escondida; é o empenho de todas as nossas forças e faculdades para compreender e saborear aquilo que Deus nos dirige na Sagrada Escritura; é confrontar as várias referências que fomos capazes de recolher, a fim de buscar, para além das palavras, o mistério de Cristo. “E sua mãe conservava no coração todas essas coisas” (Lc 2,51c).
Inúmeras são as vezes que escutamos equipistas dizerem nas partilhas que não conseguiram tempo para fazer sua meditação. O Padre Caffarel nos lembra que a atitude de orar, meditar é tão vital quanto a necessidade de comer. “O cristão que não dedica diariamente dez a quinze minutos (1/96 avos do seu dia) a essa forma de oração que chamamos de oração interior permanecerá sempre infantil, ou melhor, definhará. Ele passará por crises graves, das quais não sairá com glória, ou talvez mesmo, nem conseguirá sair por muito tempo”.
Um abraço com carinho.
No Coração de Jesus,
Pe. Miguel Batista, SCJ.
SCE da Super-Região Brasil
(Extraído da Revista Carta Mensal das ENS - Junho de 2011)